Não existe no Brasil uma ligação tão estreita de uma ave com um Estado, como a da Gralha-azul com o Paraná.
O
pinhão, semente da araucária, árvore-símbolo do Estado do Paraná, é o
principal alimento da Gralha-azul no inverno. Graças a essa feliz
interação, a Gralha-azul e o pinheiro têm conseguido se perpetuar
através dos tempos, não só na natureza mas também no coração dos
paranaenses.
A Gralha-azul é uma espécie relativamente grande (39cm)
de um azul reluzente, cabeça, pescoço e peito negros, penas da fronte
arrepiadas formando uma espécie de topete, bico forte e cauda comprida.
Vive na mata, gosta de se reunir em bandos nos pinheiros, que ajudam a
disseminar, pelo ato de desmanchar a pinha no galho, comendo somente um
ou outro pinhão, enquanto a maioria das sementes, cai no solo e
germina.
A Gralha-azul tem o hábito de enterrar pinhões. No vídeo anexo (clique aqui para ver a Gralha-azul enterrando um pinhão)
pode-se ver que ela segura o pinhão no bico de modo que a parte mais
pontiaguda seja introduzida no solo. Encontrado o local correto, ela
pressiona-o a entrar, conferindo-lhe golpes com o bico, até a completa
introdução. E conclui seu trabalho colocando algum material das
redondezas (folha, pedra, galho) em cima do local remexido, de forma a
camuflar ou disfarçar o feito realizado.
Além de contribuir na tarefa de reflorestar o Paraná, a
Gralha-azul, é um símbolo protegido por lei. Diz a Lei Estadual Nº.
7957 de 12 de novembro de 1984, no Artigo 1º: “É declarada ave-símbolo do Paraná o passeriforme denominado Gralha-azul, Cyanocorax caeruleus,
cuja festa será comemorada anualmente durante a semana do meio
ambiente, quando a Secretaria da Educação promoverá campanha elucidativa
sobre a relevância daquela espécie avícola no desenvolvimento florestal
do Estado, bem como no seu equilíbrio ecológico”.
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