Ao passear na areias de uma praia,
muitas pessoas gostam de admirar e pegar conchinhas trazidas pelas
ondas. Essas conchinhas são de diversos tamanhos, formas e cores. Muitas
vezes, se tornam bijuterias, pequenos enfeites, ou até mesmo elementos
de uma coleção.
Os moluscos têm uma composição frágil,
são animais de corpo mole, mas a maioria deles possui uma concha que
protege o corpo. Nesse grupo, encontramos o caracol, o marisco e a
ostra. Há também os que apresentam a concha interna e reduzida, como a
lula, e os que não têm concha, como o polvo e a lesma, entre outros
exemplos.
A concha da ostra protege de predadores, da dissecação etc.
A concha
é importante para proteger esses animais e evitar a perda de água. Ela é
produzida por glândulas localizadas sob a pele, uma região chamada de manto.
Ela não é uma parte viva do corpo do
molusco; conforme o animal aumenta de tamanho, novo material é
acrescentado à concha, que pode variar de forma e tamanho e ser formada
por uma ou mais peças.
Onde vivem os moluscos
Você pode encontrar moluscos no mar, na
água doce e na terra. Por exemplo: o caramujo e a lesma ficam em
canteiros de horta, jardim, enfim, onde houver vegetação e a terra
estiver bem úmida, após uma boa chuva; ficam também sobre plantas
aquáticas em lagos, beira de rios etc. O grande caramujo marinho vive se
arrastando nas rochas ou areias no fundo do mar. Já as ostras e o
marisco fixam-se nas rochas no litoral, enquanto a lula e polvo nadam
livremente nas águas marinhas.
No tempo em que ainda não havia vida no
ambiente terrestre, os moluscos - com a sua concha protetora - já
habitavam os mares. O caramujo do mar é uma das espécies que têm 500
milhões de anos de história. Portanto ele já existia há alguns milhões
de anos antes dos peixes surgirem no mar. Fósseis revelam que esses
seres, atualmente pequenos, foram, no passado, bem maiores, pois há
concha fóssil de 2,5 metros.
O corpo dos moluscos
Como já vimos, os moluscos têm corpo mole. A sua pele produz uma secreção viscosa, também conhecida por muco, que facilita principalmente a sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras ásperas, sem machucar o corpo.
O corpo desse tipo de animal é composto por: cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral fica dentro da concha e compreende os sistemas digestório e reprodutor.
Classificação dos moluscos
A forma e o tipo da concha são alguns
dos critérios usados na classificação dos moluscos. Atualmente, esses
animais estão divididos em três classes: os gastrópodes, os bivalves e os cefalópodes.
Gastrópodes
A concha única, em
espiral, é característica típica do grupo dos gastrópodes. Por essa
razão, são chamados univalves (uni significa "única", e valve, "peça").
Entre os gastrópodes, estão o
caracol e o caramujo; a lesma, apesar de não apresentar conchas ou
apresentá-la muito reduzida, também está incluída nesse grupo.
Os gastrópodes são animais
aquáticos ou terrestres de ambiente úmido. Os aquáticos respiram por
meios de brânquias, enquanto os terrestres apresentam pulmões.
A cabeça da lesma, do caracol e
do caramujo possui dois pares de tentáculos, semelhantes na aparência a
antenas. Os olhos ficam nas extremidades do par de tentáculos mais
longos.
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Caracol e seus tentáculos
Na boca, existe a rádula, um tipo de "língua raspadora" que facilita a alimentação desses animais.
Microscopia eletônica da rádula raspadora.
Bivalves
Os bivalves apresentam concha com duas peças fechadas por fortes músculos (bi significa "duas", e valve, "peça"). São seres aquáticos e, em geral, vivem no ambiente marinho.
Eles são animais filtradores,
isto é, retiram o alimento da água. Não possuem cabeça, nem rádula (são
os únicos moluscos desprovidos dessa espécie de língua). Sua massa
visceral fica totalmente protegida pela concha. O pé se expande para
fora quando as conchas se abrem.
A respiração desses animais é branquial;
as conchas permitem que uma corrente de água circule entre as
brânquias, que absorvem e filtram o oxigênio dissolvido na água. Em
relação à reprodução em geral os sexos são separados, e a união dos
gametas, ou seja, a fecundação, é externa.
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Na água, a fêmea solta os óvulos, e o
macho solta os espermatozóides. As células se encontram, ocorre a
fecundação e se forma os ovos.
Cefalópodes
Polvo
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Cefalópode é uma palavra de origem grega; vem de Kephale, que significa "cabeça", e de pode, "pé". Designa um grupo de moluscos do qual fazem parte o polvo e a lula.
A concha pode não existir (como no polvo), ser interna e reduzida (como na lula) ou ser externa (como no náutilo).
Os cefalópodes apresentam cabeça
grande, olhos bem desenvolvidos e rádula dentro da boca. Possuem oito,
dez ou mais tentáculos, que são "braços" alongados.
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Lulas gigantes
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Nautilos
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Esses animais têm a circulação fechada - isto é, o sangue só circula no interior dos vasos, diferente dos outros moluscos.
A respiração é branquial. Eles têm um
sistema nervoso bastante desenvolvido se comparado ao de outros
invertebrados. Além da visão, o olfato é bem apurado.
Esses moluscos, em geral, têm sexos
separados e a fecundação é interna. Há pesquisas que indicam que algumas
espécies de polvo cuidam dos filhotes, protegendo-os dos predadores.
Como recurso de defesa, alguns moluscos contam com a camuflagem.
Ao mudarem de cor são confundidos com o ambiente. A lula e o polvo, por
exemplo, expelem uma substância escura na água. Isto confunde os
predadores desses moluscos, permitindo a sua fuga.
Os moluscos e o meio ambiente
Por
séculos, os navios carregaram lastro sólido, na forma de pedras, areias
ou metais. Atualmente, as embarcações usam a água como lastro, o que
facilita bastante a tarefa de carregar e descarregar um navio, além de
ser mais econômico e eficiente do que o lastro sólido. Mas o que é
lastro?
Quando
um navio está descarregado, ou seja, sem carga, fica muito leve. Para
que não haja perigo de flutuação, os seus tanques recebem água de lastro
para manter a estabilidade, o balanço e a integridade estrutural.
Quando o navio é carregado e fica mais pesado, a água deixa de ser
necessária e é lançada ao mar. Um sério problema ambiental surge quando a
água dos lastros contém vida marinha.
Um
navio, por exemplo, enche seus porões com água do mar e um porto
brasileiro, no oceano Atlântico, e viaja até Hong Kong, na China. Lá ele
recebe carga e despeja o lastro no oceano Pacífico. Ao fazer isso, esse
navio provavelmente introduz espécies de um ecossistema em outro
diferente; porque, com a água do mar, entram e saem do navio milhares de
espécies marinhas, tais como bactérias e outros micróbios, pequenos
invertebrados e ovos, cistos e larvas de diversas espécies.
Essas são apenas algumas das perguntas a serem feitas em relação a essa questão.
Estima-se que o movimento de água
de lastro proporcione o transporte diário de pelo menos 7 mil espécies
entre diferentes regiões do globo. A grande maioria das espécies levadas
na água de lastro não sobrevivem à viagem por conta do ciclo de
enchimento e despejo do lastro, bem como das condições internas dos
tanques, hostis à sobrevivência dos organismos.
Mesmo para aqueles que continuam
vivendo depois da jornada e são jogadas no mar, as chances de
sobrevivência em novas condições ambientais, incluindo ações predatórias
e/ou competições com as espécies nativas - são bastante reduzidas.
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No
entanto, quando todos os fatores são favoráveis, uma espécie
introduzida, ao sobreviver e estabelecer uma população reprodutora no
ambiente hospedeiro, pode tornar-se invasora, competindo com as espécies
nativas e se multiplicando em grandes proporções.
Além dos desequilíbrios ambientais, bactérias
causadoras de doenças podem ser introduzidas e provocar a contaminação
de moluscos filtradores, como a ostra e o mexilhão, utilizados na
alimentação humana, causando paralisia e até mesmo a morte.
A lista segue com centenas de exemplos de
importantes impactos econômicos e ecológicos, que afetam a saúde do ser
humano em todo o mundo. Teme-se, inclusive, que doenças, como o cólera,
possam ser transportadas na água de lastro.
Em casos de derramamentos de óleo, há vários
procedimentos para buscar a recuperação do meio ambiente, mas, ao
contrário desta e de outras formas de poluição marinha, o efeito das
espécies marinhas invasoras é irreversível, na maioria dos casos, e
representa uma das maiores ameaças aos oceanos do mundo!
Solução à vista!
O governo brasileiro assinou, em 2005,
em Londres, a Convenção Internacional sobre Controle e Gestão de Água
de Lastro e Sedimentos de Navio. A Convenção, aprovada em
fevereiro do ano passado pela Organização Marítima Internacional (IMO,
sigla em inglês), tem por objetivo reduzir a introdução de espécies
exóticas por meio da água de lastro dos navios. A
adoção de uma nova convenção sobre água de lastro vinha sendo discutida
há 10 anos, por causa das grandes implicações econômicas e ambientais.
O Brasil foi o segundo país a assinar o acordo que depende da adesão de
30 países, que representem 35% da tonelagem da frota mundial, para
entrar em vigor.
Para antecipar a convenção
internacional, que pode demorar até 20 anos para entrar em vigor, a
Marinha do Brasil está discutindo a publicação de uma Norma de
Autoridade Marítima (Normam), determinando que todos os navios que se
destinarem aos portos brasileiros troquem a água de lastro, ao menos, a
200 milhas da costa e a 200 metros de profundidade.
fonte; http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/moluscos3.php