quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aranhas tecem suas teias sem alterar a receita há milhões de anos

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside e da Universidade de Wyoming, descobriram que a base para a receita do fio remonta aos primeiros "tecedores de círculos" surgidos há 125 milhões de anos e que há muito pouca coisa a ser melhorada nesta receita, conforme matéria publicada na revista Science e Jornal The New York Times de abril 2001

Também decifraram proteínas de fio a partir de diversas espécies de linhagens antigas e primitivas de aranhas, que remontam a 400 milhões de anos, notando algumas diferenças, o que confirma a existência de ampla variedade de tecidos que ainda estariam por ser descobertos entre as 35.000 espécies de aranhas existentes.
Sem temperaturas muito elevadas, pressão exagerada ou poluição, as aranhas são capazes de produzir uma corrente contínua de seu fio, uma das fibras mais poderosas que existem: Por ser leve e elástico, é mais forte do que o aço, porém é facilmente reciclável, e poderia em diversas circunstâncias substituir o plástico.
"Ela é benéfica ao ambiente e é uma superfibra", afirma o Dr. David P. Knight, um pesquisador da Universidade de Oxford, Inglaterra.

Porém, extrair a seda da aranha para utilização comercial é algo bastante problemático. As aranhas, por serem predadoras, não vivem próximas umas às outras, o que inviabiliza centros de produção de larga escala.
Mas, algo deve ser registrado: apesar de todo nosso progresso industrial, as aranhas continuam sendo as melhores fabricantes. "Elas estão no ramo há 400 milhões de anos", afirma o Dr. Knight, de Oxford. "Trata-se de um longo período de pesquisa e investimento".
Fonte: The New York Times/UOL - Kenneth Chang/
Tradução: André Medina Carone.

Você sabia! FORMIGA TEM CAPACIDADE DE “DAR AULA” PARA COMPANHEIRA ?

Um cérebro grande não é necessário para dar aulas. Antes que professores fiquem indignados e inundem a Folha com cartas raivosas, segue o motivo: a afirmação se refere a formigas, e foi feita por dois pesquisadores que analisaram um fenômeno único na natureza --um inseto ensinando outro.

"Nossa identificação de comportamento de ensino em uma formiga mostra que um cérebro grande não é um pré-requisito para isso", escrevem Nigel Franks e Tom Richardson, da Universidade de Bristol, Reino Unido, na edição de hoje da revista científica "Nature".

Claro, o cérebro continua importante. "Talvez animais com cérebro grande possam muitas vezes aprender de modo independente", disse Franks à Folha .

Os dois afirmam que o exemplo que encontraram de relacionamento professor-aluno é inédito no reino animal, descontando-se o ser humano. "Um indivíduo é um professor se ele modifica seu comportamento na presença de um observador, com algum custo inicial para ele próprio, para poder dar um exemplo, de modo que o outro indivíduo aprenda mais rápido", definem eles.

Eles estudaram o modo como uma formiga "professora" ensinava à "aluna" o caminho até uma fonte de comida. O caminho era demorado, e envolvia uma relação entre as duas --a "aluna" tocava a "professora" nas pernas ou abdômen com sua antena, e ela modificava seu comportamento em seguida.

Dar aula custa caro para a formiga professora. Ela poderia chegar quatro vezes mais rápido à fonte de comida se não tivesse de ensinar o caminho.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14148.shtml

RICARDO BONALUME NETO da Folha de S.Paulo em 12/01/2006